sábado, 31 de outubro de 2020

31 de outubro

     Hoje é o Halloween, essa data não é bem da minha geração, ou do meu recorte social. Por isso não entendo esse frenesi, mas sei que isso é problema do meu ser antiquado. 

    Hoje é 31 de outubro, aniversário do Drummond, eu acho um pouco carne de vaca falar que Drummond é o poeta favorito, porém, se alguém me dizer que não topa com seus poemas, certamente olharei horrorizada, vou sempre me lembrar dessa fala e serei eternamente desconfiada da índole da pessoa. Mas como sou gente de boas relações, isso nunca me aconteceu.

    Então, hoje é o aniversário do Drummond, o "formidoloso tímido" como disse Mário de Andrade. Às vezes não sei se sou eu que conheço os seus versos, ou se são os versos que me conhecem e me acham por aí, de modo que não lembro quando entraram na minha vida e começaram a fazer sentido. 

    Estou falando dos versos daquele que não será poeta de um mundo caduco, cujos ombros suportam o mundo, que está de coração seco, aquele das retinas fatigadas, gauche na vida, viu a máquina do mundo se entreabrir, ou que tem apenas duas mãos e o sentimento do mundo, e, por fim, aquele que é de Itabira, a qual hoje é só uma fotografia na parede -- e como dói!

    Entre tantas palavras e ideias, conforme acredito, fazem-me entender ou embaralhar o meu sentimento do mundo, fica a imagem do poeta de tantas fases no meu imaginário, e com a vantagem da intimidade entre nós, que sempre encontra um ponto de contato nas minhas frágeis e simples experiências de vida.  




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