Fatos que acontecem de modo indescritíveis
e inacreditáveis. De repente, parece que estamos morando dentro de uma teoria
da conspiração. Lugar em que tudo que é óbvio torna-se confuso ou errado, há
uma enorme confusão entre as pessoas.
Aparentemente existe uma batalha contra tudo aquilo que a humanidade levou anos para construir: a ciência, educação
acessível, empatia, solidariedade e reparação de erros históricos. Todos estes conceitos, nos últimos tempos, são vistos como errados, ou levianos.
Eu me questiono todos os dias
qual é o problema em deixar o mundo fluir de modo natural, acompanhando a
evolução do ser humano, todo dia avançando um pouquinho, até caber todo mundo.
Porém, agora, isso é errado. Pois é algo ofensivo e parece fazer muito mal,
pelo tamanho da reação deve causar danos horríveis e incuráveis, algo como
disenteria, cólica de rim e dor de parto, tudo de modo simultâneo.
Eu sempre me valho do benefício
da dúvida. Acho muito difícil afirmar com todas as letras o que é certo ou
errado, ao mesmo tempo sempre carreguei o sentimento romântico de ser
resistência, de participar de algo secreto e comunicado por códigos, fazer da
vida um perigo por algo maior.
Por acaso, hoje tive a clara
sensação de ser resistência, de entender o que é estar ciente do meu papel e de
que lado caminhar. Com todos esses acontecimentos e ideias perturbadas que
cabeças ditas brilhantes estão confabulando, neste domingo chuvoso eu me senti
escondida dentro de um porão, fazendo uma missão ultra secreta ao ler para a
graduação textos de Paulo Freire.
Textos que trouxeram para a educação a experiência e realidade do aluno, ao considerar e respeitar cada indivíduo
dono de uma história e fonte de saberes, ideias que priorizam o diálogo, e
enxergam na educação um papel transformador ao conscientizar por meio
do conhecimento e formação do senso crítico.
De repente, me senti a mais radical e perigosa
da guerrilha.
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