Capas de álbuns já foram mais importantes, porém devido ao streaming, ao mp3 e todos esses artifícios moderninhos, as capas parecem estar desvalorizadas, em segundo plano na construção da identidade do álbum e artista. Entretanto, meu coração ainda acelera quando vejo uma capa de CD que me agrada.
Eu fico imaginando quem foi que começou com a história das fotos de capa, quem foi a pessoa que com um olhar muito bom disse "essa foto aparentemente despretensiosa dá uma capa de disco" primeiro.
Olhando as capas dos discos de Bob Dylan dos anos 60, por exemplo, nota-se a segurança de que todas aquelas fotos se tornariam um ícone da geração. Claro, a responsável por isso é a música em si, porém, há quem diga que Dylan é cansativo, há quem diga que Dylan não merecia o Nobel de Literatura, há quem diga que a gaita do Dylan é irritante, mas não se pode negar que as capas do Dylan são icônicas, de muito bom gosto estético e muito modernas para o que o nosso imaginário pensa sobre os anos 60.
Gosto muito do fato de ser uma foto em que aparentemente o fotógrafo está atrás, se fosse eu fotografando iria pedir para o rapaz sair do meu enquadramento, logo se vê quem realmente entende das coisas e quem não sabe nada.
Gosto muito de todos os detalhes das revistas e fotos, o gato, além de ter o Another side of Bob Dylan escondido por aí.
Blonde on Blonde, sem nada escrito na capa e com I want you para ser desvendada.
E o mais reconfortante é saber que mesmo em 2015 esse prazer estético das capas do Dylan prevalecem:
Amém.
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