sábado, 15 de outubro de 2016

Roda Pião



Quem me conhece sabe desse meu problema de ver pessoas mais novas do que eu e logo começar a me sentir uma velha e démodé perto delas. Os educados e gentis dizem que isso é coisa da minha cabeça e que ainda sou nova o suficiente, mas quem conhece os dramas reais da vida compartilha comigo essa sensação e até me ajuda a fundamentá-la: São fatos.

Esses dias eu, enfim, fui ver como funciona o Spotify. Claro que não fiz isso porque costumo estar sempre na vanguarda das tecnologias (porque se fosse esse o caso, estaria usando um outro aplicativo mais moderno que com certeza já deve existir), mas por ter refletido há quanto tempo eu estava ouvindo as mesmas músicas do meu ipod.

É preciso dizer/confessar que ainda uso o método anos 2000: passo a música do meu computador para o meu ipod. Isso quer dizer que ainda ouço álbuns inteiros e que ainda tenho interesse nas bancas de cds. Liguei a alerta velhice precoce quando num dia qualquer ouvi uma música que julgava muito nova e moderninha e à noite descobri que ela tinha completado 12 anos – o que na minha cabeça tinha dois anos no máximo.

*

Agora que sou uma jovem adulta antenada em modernidades tecnológicas (mesmo que de modo tardio e falso) estou aqui me segurando para não buscar no aplicativo algo como “60’s years” ou Tropicália.  Ou então, fazer uma playlist com as mesmas músicas do meu ipod.


Percebo que a velhice particular é mais sobre confortavelmente não se atualizar do que com o passar dos anos. 



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