Quem me conhece sabe desse meu problema de ver pessoas mais
novas do que eu e logo começar a me sentir uma velha e démodé perto delas. Os
educados e gentis dizem que isso é coisa da minha cabeça e que ainda sou nova o
suficiente, mas quem conhece os dramas reais da vida compartilha comigo essa sensação
e até me ajuda a fundamentá-la: São fatos.
Esses dias eu, enfim, fui ver como funciona o Spotify. Claro
que não fiz isso porque costumo estar sempre na vanguarda das tecnologias
(porque se fosse esse o caso, estaria usando um outro aplicativo mais moderno
que com certeza já deve existir), mas por ter refletido há quanto
tempo eu estava ouvindo as mesmas músicas do meu ipod.
É preciso dizer/confessar que ainda uso o método anos 2000:
passo a música do meu computador para o meu ipod. Isso quer dizer que ainda
ouço álbuns inteiros e que ainda tenho interesse nas bancas de cds. Liguei a
alerta velhice precoce quando num
dia qualquer ouvi uma música que julgava muito nova e moderninha e à noite descobri que ela tinha completado 12 anos – o que
na minha cabeça tinha dois anos no máximo.
*
Agora que sou uma jovem adulta antenada em modernidades tecnológicas (mesmo que de modo tardio e falso) estou aqui me segurando para não buscar no
aplicativo algo como “60’s years” ou Tropicália. Ou então, fazer uma playlist com as mesmas
músicas do meu ipod.
Percebo que a velhice particular é mais sobre confortavelmente não
se atualizar do que com o passar dos anos.
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